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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Glória
digam-me onde há glória!
quero Glória, em pires
ou dentro de latinhas
de cerveja
para consumo imediato
ela me enlouquece
embriaga e engana
fode-me por ter
credibilidade
depois do Katrina
ou que nome tenha
o furacão-menina
seja na janela
ou na latrina
o cuspe, o vômito
e o gozo renovam-me
e se existe glória nesse mundo
quero-a assim, com nome de mulher
quero foder Glória!
e toda sua história
mentirosa e infame
com sotaque de redenção
e acompanhem-me os coros de
“Glória, glória, aleluia
glória, glória, aleluia!”
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
alegoria
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
máquina de Guerra
(fotografia de Fernando Couto)
máquina de Guerra
um entrave na junção da engrenagem
com a cera da vela oradora é suplicante
por não suportar mais a garatuja de olhos
presos ao fundo, à prego e à parafuso
a clave em Dó maior replica a parole
de um canto que não vai vivenciar
agarrou-se de tal modo ao cavalo de aço
que dele não se solta e torna-se escravo
a solda certifica o encaixe perfeito
parafina chora e ferrugem perpetua
como processar uma ideologia esgarçada
se não permitem mais o livre cavalgar?
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