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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

setembro-me




incontáveis vezes ao ano
e sou capaz de me apaixonar
pelos doze meses
numa mesma palavra prolixa
monótona e com todo signo
desabrocho

poderia fingir uma enxaqueca
e dar-me uma boa noite de sono
despregada da vida
amarrada na sobriedade

mas a bebida pede Baco
e nasci para a entrega
larga e permissiva
sei que amar é ledo engano
mas sou rosa
defeituosa e ínfima
nessa quase perfeição

o vento me invade
quase raivoso
abre pétalas minhas
com pouco jeito
e gemendo de um prazer
quase hediondo
entrego-me à ilusão primaveril

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

monte megido




no vale da decisão
tombo de assalto
meu olho esquerdo
que ignora todos
os filhos do sol

o direito julgo
o grande vencedor
que trará redenção
mas a água não benze
pobre insolente sou

tudo que me é grato
salta do lado errado
e alimenta meu ego
essa satisfação é
sinônimo de felicidade

não sendo isso o Éden
hei de desejar o inferno
e lutar nas linhas
contrárias pelo mal
no monte megido.