ceguei-me do olho esquerdo
de tão desgastada
não quis ver as chagas
que eu mesma abri
antes de ferir-me
mais algumas vezes
calei a aflição
na tentativa da conversão
desferi golpes certeiros
contra carnes moles
e pensamentos impuros
até não conseguir respirar
aprendi a viver assim
consumindo-me em perdas
queda a queda
gota a gota
clamando pelo novo
mãos estrangeiras
buscaram a re-vida
em vão
morri duas vezes.
(imagem de minha autoria)
2 comentários:
[de todos em todos os dias, o mundo reinventa-se; à sua semelhança, porque não o corpo que o equilibra e canta?]
um imenso abraço, Larissa
Leonardo B.
Muito bonito o texto; a imagem também é bela e chama a atenção.
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