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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

insônia


espelhos matinais acusam
os tristes olhos que herdei
de meu pai
que estão arregalados
e vesgos perdidos de ódio e medo
inquirem pecados capitais


acompanham o raciocínio dos cigarros
que despertam cada vez mais cedo
esquecem das transições
do fogo para cinzas
da fumaça à imensidão
em segredo varam noites
madrugadas tão iguais


repare que a sentença é acordar
acordar e acordar
repetidas e repetidas vezes
revirar na cama
e me contentar com o que
me enfiam goela abaixo
e cu acima

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