dorme,
e quando acorda nada diz
enquanto ela veste o manto negro
e sai
desce as escadas
sem olhar pra trás
tomada de algo novo
quase nocivo
rememora o caminho
de volta e ignora
a Constante Ramos
com a Barata Ribeiro
esquece suas unhas carmim
que defloraram o úbere
e as horas insones
sobre o dorso dele
dorme,
que foi só um sonho bom
e ela só levou-te a pele
sob suas unhas
e deixou gozo sobre seus ais
a mulher adormece deusa
e acorda puta
cata suas sombras
disformes, inodoras
e some
dorme,
e quando acorda nada diz
enquanto ele se cala sob o negro
e vai.
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terça-feira, 20 de julho de 2010
domingo, 18 de julho de 2010
afogado
aquele que sucumbiu
menos pedra, mais areia
deixou-se levar pelo mar
a humanidade é um arquipélago
os homens são ilhas
cercados de água e sal
por todos os lados.
(imagem de Rob Gonsalves, conheça mais o artista:
http://www.discoverygalleries.com/ArtistGallery.asp?artist_id=23&category_id=2 )
Marcadores:
Larissa Marques poesia,
Rob Golsalves imagem
quinta-feira, 8 de julho de 2010
morri duas vezes
ceguei-me do olho esquerdo
de tão desgastada
não quis ver as chagas
que eu mesma abri
antes de ferir-me
mais algumas vezes
calei a aflição
na tentativa da conversão
desferi golpes certeiros
contra carnes moles
e pensamentos impuros
até não conseguir respirar
aprendi a viver assim
consumindo-me em perdas
queda a queda
gota a gota
clamando pelo novo
mãos estrangeiras
buscaram a re-vida
em vão
morri duas vezes.
(imagem de minha autoria)
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