Pedras
ato III – pedra prazer
mergulhou lasciva
em seu querer mais obscuro
o paradoxo de olhos fechados
vagou por mãos impunes
e armas eróticas
silenciosa mordia-se
na ânsia por dor
entregava-se a todos
com alma e peitos gastos
no seio esquerdo
alimentava o amante
e no direito um infante
com a ilusão certa
luzes do fundo do poço
olhos rasos e insatisfeitos
mais que masturbação
dos outros
menos que expiação de si
embutida de noites insones
ainda desejava
aquele que a desonrou
e coexistia com seu caçador
em seus orgasmos mais violentos.
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