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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

subsolo
















cada segundo descansa sob
as horas cativas e inertes
fazem-me fórceps e vértice
na intenção de ser

ah, belo desmundo de não-ser
é tão leve e oportuno
quase um endeusamento
do inexistir

sangria doce e mal cheirosa
que vinga a culpa na carne
desonra a palavra e não cala
apenas exala o cheiro do sonho
de não ser

atrevi-me a entrar em teu mundo
que declinou-se no meu
verde e vertido no soco seco
da vasta invenção de ser

Um comentário:

João A. Quadrado disse...

[palavras não são apenas palavras; são reservas incontornáveis e fundamentais do lado mais interior, um determinado interior que se nos reserva. vastamente, o ser]

um imenso abraço, Larissa

Leonardo B.