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domingo, 11 de maio de 2008


a solidão não me aflige mais
esse estágio passageiro
de quando não me basto
vasto à sangria das horas fúteis
entregue à loucura do tempo

vivi o aconchego do estrangeiro
que se entrega ao banho amoroso
de um estar novo e febril
desenhei seus olhos famintos
e deleitei-me em elogios ao profano

mas ao me perceber só diante de mim
desisti da utopia do querer
não há dor maior que o amor
que nasce, goza e morre só
nuvem torpe que cega e chove

a vida me aflige mais
tormento constante de ser
mais um derrotado e ignorante
que crê firme na vitória com luta
e devota-se à paixão insana.


(ilustração de minha autoria)

sexta-feira, 2 de maio de 2008


amo-te,
no verso e reverso d'alma,
que nem sei se tenho

mas palpitam-me os ódios
e rancores todos
quando me nega

se há pureza é meu céu,
dia claro
e noite cravejada de estrelas

e estripada pela lua malvada
ela sim tem seus olhos,
não eu, invejo-a, portanto.


(ilustração de minha autoria)