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segunda-feira, 14 de maio de 2012

envide

há um olho num cômodo escuro

no fundo do poço esperando

o infinito

cada tijolo daquele buraco

delataria a vista turva

do globo aberto

cada grão de areia rejunta

o cenário úmido e inerte

há um olho cego

esperando chaves

para portas que não existem

quantas cordas ainda?

quantas cordas?

terça-feira, 1 de maio de 2012

idiomas

se é palavra abrupta
em celeumas calo
se desagrada-me o que escuto
de certa forma são estrangeiras
nos ouvidos tenho escudos
e certos sotaques me acalmam

mas se a língua é gentil
e até invasiva
se em silêncio convencer
meus orifícios
entrego-me ao vício
de sentir apenas meu umbigo