meus lábios
selados em tua língua
são os versos da falta
escritos em prosa
estampastes o gozo
paraplégico
nesse farrapo vivo
minha lira
é gota dourada
expelida de ti
e desperdiçastes o vulto
de toda verve
em colos alheios.
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sexta-feira, 27 de junho de 2008
sábado, 21 de junho de 2008
uma ópera introspectiva

se ao menos me lembrasse
de quem sou por trás
da maquiagem branca e carmim
se soubesse dos cantos
desafinados
de minhas vontades
o ator em minha ópera
esquecida
falida
ensaio um sorriso falso
uma reverência
mas caio, ao curvar-me
uma comédia trágica
represento e vivo
nalgum teatro vazio
sem esperar aplausos
ou reconhecimento
antes das cortinas baixarem.
quinta-feira, 5 de junho de 2008

conhecerá a voz da loucura
na embriaguez
nas entranhas escuras
de sua carne lustrosa
em meio à idéias absurdas
e ao alívio da razão parcial
quem sabe ela se mostre
sem rancores e sem pudores
e ouvirá em si o incômodo
da tristeza sincera
e enfim compreenderá
a humilhação humana
sem escandalizar-se
quem sabe se entregue à tortura
da lucidez torpe
e assim, fora de eixo
simpatize-se pelas dores
que só a insanidade
pode causar.
(ilustração de minha autoria)
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