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sábado, 25 de junho de 2011

indubitável


























aprendi que ventos do norte
não movem moinhos
mas não tenho moinhos
tenho lacerações profundas
que nenhuma brisa explicaria

suas palavras já não me convencem
mas seu corpo me conta
o que quero ouvir
mesmo que fútil, mesmo que inútil
é meu

está em minha vida
como quem roda as pás
daquele mesmo monstro
que Quixote cantou

meus pés são seus
minhas raízes já não importam
os olhos são do ar insípido, inodoro
como sua retórica desconexa

e a única certeza que carrego
é que por onde for
independente de companhias
permanece meu.

2 comentários:

Celso Mendes disse...

indubitavelmente belo e irresistivelmente intenso. como a certeza que prega.

beijo.

Larissa Marques - LM@rq disse...

obrigada, querido!
sempre presente!

beijo!